Eata é a Parte 4
como Jessica assumiu. Ela não poderia
querer aquilo. Sem saber o que ela sabe. Ela não
poderia querer estar perto de meus dentes. Por tudo que ela sabia, eu tinha
presas.
Eu estremeci.
“”Você acha que Sábado…?” Jessica continuou.
Bella pareceu mais frustrada do que
ela dissse, “Eu realmente duvido.”
É, ela realmente desejava. Que droga para ela.
Seria porque eu estava ouvindo isso
pelo “filtro” das percepções de Jessica que pareceu
que ela estava certa?
Por um segundo eu me distraí pela
idéia, o impossível, sobre como eu gostaria de beijá-la.
Meu lábios em seus lábios…
E então ela morre.
Eu balancei minha cabeça, e me mandei
prestar atenção na conversa.
“Sobre o que foi que vocês conversaram?” Você conversou com
ele, ou você fez ele falar
cada informação sobre ele que você queria saber?
Eu sorri. Jessica não estava longe.
“Eu não sei, Jess, um monte de coisas.
Nós falamos um pouco sobre o trabalho de inglês.”
Só um pouquinho. Eu sorri, animal.
Oh, fala sério. “Por favor, Bella. Me dê alguns detalhes.”
Bella pensou por um minuto.
“Bom…tudo bem, eu te digo um. Você precisava ter visto a
garçonete flertando com ele -
foi até um pouco demais. Mas ele não estava prestando nem
um pouco de atenção”.
Que detalhe estranho para contar. Eu
estava surpresa que Bella havia percebido. Pareceu
uma coisa bem inconseqüente.
Interessante… “Isso é um bom sinal. Ela era bonita?”
Hmm, Jéssica deu mais atenção do que
eu. Devia ser coisa feminina.
- “Muito” - Bella
disse a ela - “E devia ter uns 19 ou 20 anos”.
Jéssica ficou momentaneamente
distraída pela memória de Mike e ela no encontro de
segunda à noite - Mike sendo amigável
demais com a garçonete que Jessica não tinha
considerado nem um pouco bonita. Ela
espantou a memória e voltou, oprimindo sua
irritação, para perguntar os detalhes.
- “Melhor ainda. Ele deve gostar de você”.
- “Eu acho que sim” - Bella disse, e eu estava na beirada na
cadeira, meu corpo rígido. -
“Mas é difícil
saber. Ele é sempre tão misterioso”.
Eu não devia ter sido tão
transparentemente óbvio e fora de controle quanto tinha
pensado. Ainda… observadora como ela
era… Como não podia perceber que estava
apaixonado por ela? Eu procurei por
nossa conversa, quase surpreso de não ter dito as
palavras em voz alta. Parecia que esse
fato estava implícito em cada palavra entre nós.
“Uau. Como você senta na frente de um modelo e conversa
normalmente? - Não sei como
você tem coragem de ficar sozinha com ele”. - Jessica disse.
Choque passou pelo rosto de Bella. - “Por quê?”
Reação estranha. O que ela acha que eu quero dizer? - “Ele
é tão…” - qual é a palavra
certa? - “intimidador. Eu não saberia o que dizer a ele” -
Nem consegui falar inglês com ele
hoje, e tudo que ele disse foi bom dia. Devo ter parecido
uma idiota.
Bella sorriu. - “Tenho uns problemas de incoerência quando estou perto dele”.
Ela devia estar tentando fazer com que
Jessica se sentisse melhor. Ela era quase
anormalmente possuída quando estávamos
juntos
- “Ah, sim”. -
Jessica suspirou. - “Ele é
mesmo incrivelmente bonito”.
O rosto de Bella ficou mais frio. Seus
olhos brilharam do mesmo jeito que eles faziam
quando ela sentia alguma injustiça.
Jessica não reconheceu a mudança na expressão dela.
- “Há muito mais nele do que isso.” -
Bella repreendeu.
Aaaah, agora estamos chegando a algum lugar. - “É mesmo?
Tipo o quê?”
Bella mordeu o lábio por um momento. -
“Não posso explicar muito bem…” - ela finalmente
disse. - “Mas ele é ainda mais inacreditável por trás daquele rosto.” - Ela desviou os olhos
de Jessica, seus olhos ligeiramente
desfocados como se estivesse vendo algo muito longe.
A emoção que senti agora era
remotamente familiar àquela que sentia quando Carlisle ou
Esme me exaltavam além do que eu
merecia. Similar, mas mais intenso, mais consumidor.
Conta essa para outra pessoa - não tem nada melhor que
aquele rosto! A não ser o corpo.
- Será possível? -
Jessica deu um sorriso falso.
Bella não se virou. Ela continuou a
olhar a distância, ignorando Jessica.
Uma pessoa normal estaria triunfante. Talvez se eu
mantivesse as perguntas simples. Ha
ha. Como se estivesse falando com alguém do jardim de infância.
- “Então gosta dele, né?”
Fiquei rígido de novo.
Bella não olhou para Jessica. - “Sim.”
- “Quer dizer, você realmente gosta dele?”
- “Sim.”
Olha esse rubor!
Estava olhando.
- “O quanto você gosta
dele?”
A sala de inglês podia estar em chamas
e eu não iria notar.
O rosto de Bella estava vermelho vivo
agora - quase conseguia sentir o calor da imagem
mental.
- “Demais.” -
ela sussurrou. - “Mais do que ele gosta de mim. Mas
não vejo como evitar
isso.”
Droga! O que o Sr. Varner perguntou agora? - “Hm, que número
Sr. Varner?”
Foi bom que a Jessica não pudesse mais
interrogar Bella. Precisava de um minuto.
Que diabos que essa menina estava pensando agora? Mais do que ele gosta de mim?
Como ela inventou isso? Mas não vejo como evitar isso? O que isso queria dizer? Não
conseguia achar uma explicação
racional para as palavras. Era praticamente sem sentido.
Parecia que eu não podia ter certeza
de nada. Coisas óbvias, coisas que faziam perfeito
sentido, de algum jeito se deformavam
e viravam ao contrário naquele cérebro bizarro
dela. Mais do que ele gosta de mim?
Talvez eu não devesse desistir da instituição ainda.
Olhei para o relógio, batendo os
dentes. Como meros minutos são tão impossivelmente
longos para um imortal? Onde estava
minha perspectiva?
Meu queixo estava fechado por toda a
aula de trigonometria do Sr. Varner. Ouvi mais dela
do que da minha própria aula. Bella e
Jessica não falaram outra vez, mas Jessica espiou
Bella várias vezes, e uma vez o rosto
dela estava escarlate de novo sem razão aparente.
O almoço não ia chegar rápido o
suficiente.
Não tinha certeza se Jessica iria ter
algumas das respostas que eu queria quando a classe
terminasse, mas Bella foi mais rápida
do que ela.
Assim que o sinal tocou, Bella se
virou para Jessica.
- “Na aula de inglês, o Mike me perguntou se você disse
alguma coisa sobre a noite de
segunda.” - Bella disse,
um sorriso nos cantos dos lábios. Eu entendi isso - o ataque era a
melhor defesa.
“Mike perguntou sobre mim?” A felicidade deixou a mente de
Jessica repentinamente
desprotegida, gentil, sem o tom falso de costume. - “Tá
brincando! O que você disse?”
- “Disse a ele que você falou que se divertiu muito… Ele
pareceu satisfeito.”
- “Me conta exatamente o que ele disse, e a sua resposta
exata!”
Claramente isso era tudo o que eu ia
arrancar de Jessica hoje. Bella estava sorrindo como
se estivesse pensando a mesma coisa.
Como se tivesse ganhado a rodada.
Bom, o almoço seria outra história.
Teria mais sucesso em ter as respostas dela do que de
Jessica, ia ter certeza disso.
Mas pude suportar espiar os
pensamentos da Jessica pela quarta aula. Não tinha paciência
para seus pensamentos obsessivos de
Mike Newton. Já tinha o agüentado o suficiente nas
últimas duas semanas. Ele tinha sorte
em estar vivo.
Me mexi apaticamente na aula de educação
física com Alice, do modo que sempre nos
movíamos quando se tratava de
atividade física com os humanos. Ela era minha
companheira de time, naturalmente. Era
o primeiro dia de badminton. Suspirei de tédio,
girando a raquete em câmera lenta para
acertar a bola e mandá-la para o outro lado.
Lauren Mallory estava no outro time;
ela errou. Alice rodava sua raquete como um bastão,
olhando o teto.
Todos nós detestávamos educação
física, principalmente Emmett. Fingir jogar era um
insulto a sua filosofia. Educação
física hoje era pior que o normal - me senti tão irritado
quanto Emmett sempre se sentia.
Antes que minha cabeça pudesse
explodir de impaciência, o treinador Clapp terminou os
jogos e nos dispensou mais cedo.
Fiquei ridiculamente agradecido que ele tivesse pulado o
café-da-manhã - uma nova tentativa de
dieta - e a fome conseqüente o tinha deixado com
pressa para deixar o campus e
encontrar um sanduíche engordurado em algum lugar. Ele
prometeu a si mesmo que começaria
amanhã de novo…
Isto me deu tempo suficiente para
chegar ao prédio de matemática antes que a aula de
Bella terminasse.
Se divirta, Alice
pensou enquanto se afastava para encontrar Jasper. Só mais alguns dias
para ser paciente. Acho que não vai dizer oi para a Bella
por mim, não é?
Sacudi a cabeça, exasperado. Todos os
que tinham poderes psíquicos eram tão metidos?
Só para você saber, vai estar sol dos dois lados da baía
esse fim-de-semana. Talvez queira
refazer seus planos.
Eu suspirei enquanto continuava para a
direção oposta. Meditar, mas útil.
Apoiei-me na parede perto da porta,
esperando. Estava tão perto que podia escutar a voz
de Jessica através dos tijolos, assim
como seus pensamentos.
- “Não vai se sentar com a gente hoje, não é?” Ela parece…
animada. Aposto que tem um
monte de coisas que não me falou.
- “Acho que não.” -
Bella respondeu, estranhamente insegura.
Não tinha prometido almoçar com ela? O
que ela estava pensando?
Elas saíram da sala juntas, e os olhos
das duas garotas se arregalaram quando me viram.
Mas eu só podia ouvir a Jessica.
Ótimo. Uau. Ah, com certeza tem mais coisa acontecendo por
aqui do que ela me contou.
Talvez eu ligue para ela hoje à noite… Ou talvez não deva
encorajá-la. Argh. Espero que
ele a supere rápido. O Mike é bonitinho, mas… uau.
- “A gente se vê depois, Bella.”
Bella andou na minha direção, parando
a um passo de distância, ainda insegura. Sua pele
estava rosa nas bochechas.
Eu a conhecia bem o suficiente a essa
altura para ter certeza que não havia medo por trás
de sua hesitação. Aparentemente, isso
era sobre algum abismo que ela tinha imaginado
entre os sentimentos dela e os meus. Mais do que ele gosta de mim. Absurdo!
- “Oi.” - eu disse, minha voz estava
um pouco seca.
O rosto dela ficou mais brilhante. -
“Oi.”
Não parecia que ela ia falar outra coisa,
então eu abri caminho até o refeitório e ela andou
silenciosamente ao meu lado.
A jaqueta tinha funcionado - o cheiro
dela não foi o golpe que geralmente era. Só era uma
intensificação da dor que eu já
sentia. Conseguia ignorar mais facilmente do que uma vez
teria acreditado ser possível.
Bella estava inquieta enquanto
esperávamos na fila, brincando distraída com o zíper de sua
jaqueta e mudando o peso, nervosa, de
um pé para o outro. Ela me olhou algumas vezes,
mas sempre que encontrava meu olhar,
olhava para baixo como se estivesse
envergonhada. Isso era por que todo
mundo estava nos olhando? Talvez ela conseguisse
escutar os cochichos - a fofoca era
tão verbal quanto mental hoje.
Ou talvez ela tenha percebido, pela
minha expressão, que estava enrascada.
Ela não disse nada até que eu estava
reunindo seu almoço. Não sabia do que ela gostava -
ainda não - então apanhei um de cada.
- “O que está fazendo?” - ela sibilou
em uma voz baixa. - “Não está pegando tudo isso
para mim, não é?”
Sacudi a cabeça, e entreguei a bandeja
para o caixa. - “Metade é para mim, é claro.”
Ela ergueu uma sobrancelha
ceticamente, mas não disse mais nada enquanto eu pagava
pela comida e a acompanhava à mesa que
nós nos sentamos na semana passada antes da
experiência desastrosa com a coleta de
sangue. Parecia que tinha sido a mais tempo do
que há alguns dias. Tudo estava
diferente agora.
Ela sentou-se de frente para mim
novamente. Eu empurrei a bandeja em sua direção.
“Pegue o que quiser”, eu encorajei.
Ela escolheu uma maçã, virando ela em
suas mãos, um olhar pensativo em seu rosto.
“Eu estou curiosa”.
Que surpresa.
“O que você faria se uma pessoa te
desafiasse a comer alguma coisa?” ela continuou em
uma voz baixa que não alcançaria os
ouvidos humanos. Ouvidos imortais eram um outro
caso, se esses ouvidos estivessem
prestando atenção. Eu provavelmente devia ter
mencionado alguma coisa para eles mais
cedo…
“Você está sempre curiosa”, eu me
queixei. Oh, bem. Não era como se eu nunca tivesse
comido antes. Isso fazia parte da
charada. Uma parte nem um pouco prazerosa.
Eu procurei pela coisa mais próxima e
a segurei nas mãos enquanto eu mordia um pedaço
do que quer que fosse. Sem olhar, eu
não podia dizer. Era repugnante e espesso e
repulsivo como qualquer comida humana.
Eu mastiguei rapidamente e engoli, tentando
manter as caretas fora do meu rosto. O
bolo de comida se moveu lenta e
desconfortavelmente goela abaixo. Eu
suspirei e imaginei em como eu iria ter que colocar
isso para fora depois. Nojento.
A expressão de Bella estava chocada. Impressionada.
Eu quis revirar meus olhos. É claro
que nós tínhamos causado algumas decepções.
“Se alguém te desafiasse a comer
areia, você poderia, não poderia?”
O seu nariz se enrugou e ela sorriu.
“Eu já fiz isso uma vez…num desafio. Não foi tão
ruim”.
Eu ri “Eu acho que não estou muito
surpreso”
Eles parecem à vontade, não parecem?
Boa linguagem corporal. Eu vou falar com Bella
depois. Ele está se inclinando em
direção à ela como se deve, se ele estiver interesse. Ele
parece interessado. Ele parece… perfeito.
Jessica suspirou. Aiai.
Eu encontrei com os olhos curiosos de
Jessica, e ela olhou para longe nervosa, dando
risadinhas com a garota ao seu lado.
Hmmm. Melhor eu ficar com Mike.
Realidade, não fantasia…
“Jessica está analisado tudo que eu
faço,” Eu informei à Bella “Ela vai falar com você sobre
isso depois.”
Eu empurrei o prato de comida de volta
em direção à ela - pizza, eu percebi - imaginando
a melhor forma de começar. Minha
frustração de antes queimou novamente com as
palavras se repetindo em minha cabeça:
Muito mais do que ele gosta de mim. Mas eu não
sei como posso evitar isso.
Ela deu uma mordida no mesmo pedaço de
pizza. É impressionante como ela confiava em
mim agora. É claro, ela não sabia que
eu era venenoso - não que aquele pedaço de comida
pudesse machucá-la. Ainda assim, eu
esperava que ela me tratasse diferente. Como outra
coisa. Ela nunca fez isso - pelo
menos, não de uma forma negativa…
Eu devia começar de forma gentil.
“Então a garçonete era bonita, não
era?”
Ela ergueu uma sobrancelha de novo.
“Você realmente não reparou?”
Como se qualquer outra mulher pudesse
tirar a minha atenção de Bella. Absurda, de novo.
“Não. Eu não estava prestando atenção.
Eu tinha muitas coisas na cabeça”. Não pior do
que as que haviam sido envolvidas pela
sua blusinha fina.
Ao menos ela não teria que usar aquele
suéter horrível hoje.
“Pobre garota” Bella disse, sorrindo.
Ela gostou que eu não tivesse achado a
garçonete interessante de qualquer forma. Eu
podia entender isso. Quantas vezes eu
tinha me imaginando mutilando Mike Newton na
sala de biologia?
Ela não conseguiria compreender
honestamente que esses seus sentimentos humanos,
fruto de dezessete anos humanos,
podiam ser mais fortes que as minhas paixões imortais
que tinham se construído por um
século.
“Algo que você disse pra Jessica…” Eu
não conseguia manter a minha voz casual. “Bem,
me incomodou”.
Ela se colocou imediatamente na
defensiva.
“Eu não estou surpresa que você tenha
ouvido algo de que não tenha gostado. Você sabe
o que as pessoa dizem sobre espionar”.
Os bisbilhoteiros nunca ouvem bem
deles, esse era o ditado.
“Eu te disse que estaria ouvindo” eu a
lembrei.
“E eu te avisei que você não ia querer
saber tudo o que eu pensava”.
Ah, ela estava pensando de quando eu a
fiz chorar. O remorso fez minha voz endurecer.
“Você avisou. Porém, você não estava
precisamente certa. Eu quero saber o que você
pensa - tudo. Eu só queria que você
não estivesse pensando em… algumas coisas”.
Mais meias-verdades. Eu sabia que eu
não podia querer que ela se importasse comigo.
Mas eu queria. É claro que eu queria.
“Isso é uma distinção”. Ela rosnou,
fazendo cara feia para mim.
“Mas não é isso que importa no
momento”.
“Então o que é?”
Ela se inclinou em minha direção, sua
mão ao redor de seu pescoço. Isso atraiu meus
olhos - me distraindo. Como sua pele
devia ser suave…
Se concentre, eu me ordenei.
“Você realmente acredita que gosta de
mim mais do que eu gosto de você?” eu perguntei.
A pergunta parecia ridícula para mim,
como se as palavras estivessem trocadas.
Seus olhos se arregalaram, sua
respiração parou. Então ela olhou para longe, piscando
rapidamente. Sua respiração saiu em um
baixo suspiro.
“Você está fazendo isso de novo”, ela
murmurou.
“O que?”
“Me deixando deslumbrada”, ela
admitiu, encontrando meus olhos cuidadosamente.
_______________________________________1
“Oh” Hmm. Eu não tinha muita certeza
do que fazer quanto a isso. Nem eu tinha certeza
se eu não queria deslumbrá-la. Eu
ainda estava emocionado por eu poder deslumbrá-la.
Mas isso não estava ajudando o
progresso da conversa.
“Não é sua culpa”, ela suspirou “Você
não consegue evitar”.
“Você vai responder a pergunta?” eu
exigi.
Ela encarou a mesa. “Sim.”
Isso foi tudo que ela disse.
“Sim, você vai responder; ou sim, você
realmente acha isso?” eu perguntei
impacientemente.
“Sim, eu realmente acho isso”, ela
disse sem olhar para cima. Tinha um fraco tom de
tristeza em sua voz. Ela corou de
novo, e seus dentes se moveram inconscientemente para
mordiscar seu lábio.
Abruptamente, eu percebi que isso era
muito difícil para ela admitir, porque ela realmente
acreditava nisso. E eu não era melhor
do que aquele covarde, Mike, pedindo para ela
confirmar seus sentimentos antes que
eu confirmasse os meus próprios. Não importava
que o que eu sentisse estivesse
totalmente claro para mim. Eu ainda não os tinha
esclarecido para ela, e isso não tinha
perdão.
“Você está errada”, eu prometi. Ela
deve ter ouvido a ternura em minha voz.
Bella olhou para mim, seus olhos
opacos, não dizendo nada. “Você não tem como saber
isso” ela murmurou.
Ela achava que eu estava subestimando seus
sentimentos porque eu não podia ouvir seus
pensamentos. Mas, na verdade, o
problema é que ela estava subestimando os meus.
“O que te faz pensar isso?” eu me
admirei.
Ela me encarou, as rugas entre suas
sobrancelhas, mordendo seus lábios. Pela milionésima
vez, eu desejava desesperadamente que
eu pudesse ouvi-la.
Eu estava prestes a implorar para que
ela me dissesse sobre o que ela tanto pensava, mas
ela ergueu um dedo para não me deixar
falar.
“Me deixe pensar” ela pediu.
Enquanto ela estava simplesmente
organizando os seus pensamentos, eu podia me manter
paciente.
Ou podia fingir que mantinha.
Ela pressionou suas mãos juntas,
cruzando e descruzando seus finos dedos. Ela estava
olhando suas mãos como se elas
pertencessem à outra pessoa enquanto ela falava.
“Bem, tirando o óbvio” ela murmurou.
“Às vezes… Eu não posso ter certeza - eu não leio
mentes - mas às vezes parece que você
está querendo dizer adeus, mas diz outra coisa”,
ela não olhou para cima.
Ela percebeu, não percebeu? Ela
percebeu que foi somente fraqueza e egoísmo que me
mantiveram aqui? Ela pensa pior de mim
por isso?
“É uma questão de perspectiva” eu
soltei, então olhei com horror a dor que cruzava a sua
expressão. Eu me apressei para
contradizer a sua suposição.
“Porém, é exatamente por isso que você
está errada, no entanto -”, eu comecei, então eu
parei, me lembrando das primeiras
palavras de sua explicação “O que você quis dizer com
‘o óbvio’?”
“Bem, olhe pra mim” ela disse.
Eu estava olhando. Tudo o que eu fazia
era olhar para ela. O que ela quis dizer?
“Eu sou absolutamente normal,” ela
explicou. “Bem, com exceção das experiências de
quase-morte e de ser tão atrapalhada
que eu quase chego a ser uma inválida. E olhe pra
você”. Ela abanou o ar em minha
direção, como se ela estivesse explicando coisa tão óbvia
que não era necessário de se dizer.
Ela pensava que era normal? Ela pensou
que eu era de alguma forma melhor do que ela?
Na avaliação de quem? Pessoas tolas,
de mente pequena, humanos cegos como Jessica ou
Sra. Cope? Como que ela não percebeu
que ela era a mais bela… mais delicada… essas
palavras não eram o suficiente.
E ela não tinha nem idéia.
“Você não se vê muito claramente,
sabe” eu disse a ela. Eu tenho que admitir que você
estava certa sobre as experiências de
quase-morte…” eu ri sem humor. Eu não achava
cômico o destino miserável que a
assombrava. A falta de jeito, no entanto, era um pouco
engraçado. Amável. Ela acreditaria em
mim se eu dissesse a ela que ela era linda por
dentro e por fora? Apesar de que ela
acharia uma corroboração mais persuasiva. “Mas
você não ouviu o que todos os seres
humanos do sexo masculino nessa escola pensaram
de você no seu primeiro dia”.
Ah, a esperança, a vibração, a
ansiedade daqueles pensamentos. A velocidade com que
eles se tornaram em fantasias impossíveis.
Impossíveis, porque ela não queria nenhum
deles.
Eu fui o único a quem ela disse sim.
Meu sorriso devia estar parecendo
presunçoso.
Ela ficou inexpressiva com surpresa.
“Eu não acredito nisso,” ela resmungou.
“Acredite em mim apenas dessa vez - você
é o oposto do comum.”
Sua existência era justificativa
suficiente pra criação de todo o mundo.
Ela não estava acostumada com elogios,
eu podia ver isso. Outra coisa a qual ela apenas
tinha que se
acostumar. Ela se esguichou, e mudou de assunto. “Mas eu não estou dizendo
adeus.”
“Você não vê? Isso é o que prova que
eu estou certo. Eu me preocupo mais, porque se eu
tenho que fazer isso…” Algum dia eu
seria bondoso o suficiente para fazer a coisa certa?
Eu mexi a cabeça sem esperança. Eu
teria que encontrar força. Ela merecia uma vida. Não
o que Alice tinha visto vindo pra ela.
“Se ir embora é a coisa certa a fazer…” E tinha que
ser a coisa certa, não tinha? Não
havia anjo imprudente. Bella não me pertencia. “Então eu
me machucarei para mantê-la sem se
machucar, para mantê-la salva.”
Enquanto eu dizia as palavras, eu
desejava que fosse verdade.
Seus olhos cintilaram pra mim. De
alguma forma, minhas palavras a irritaram. “E você não
acha que eu faria o mesmo?” ela
demandou furiosa.
Tão furiosa - tão macia e tão frágil.
Como ela poderia machucar alguém? “Você nunca teria
que fazer essa escolha,” eu disse a
ela, novamente triste pela grande diferença entre nós.
Ela me fitou, o carinho substituindo a
raiva em seus olhos e vindo a tona a pequena dobra
entre eles.
Havia algo verdadeiramente errado com
a ordem do universo se alguém tão bom e tão
quebrável não merecia um anjo da
guarda para mantê-la fora de problemas.
Bem, eu pensei com um humor negro, pelo menos ela tinha um vampiro da guarda.
Eu sorri. Como eu gostava da minha
desculpa para ficar. “Claro, manter você segura está
começando a parecer uma ocupação de
tempo integral que requer minha presença
constante.”
Ela sorriu, também. “Ninguém tentou me
matar hoje,” ela disse levemente, e então sua
expressão se tornou especulativa por
metade de um segundo antes que seus olhos
ficassem opacos novamente.
“Ainda,” eu adicionei secamente.
“Ainda,” ela concordou para minha
surpresa. Eu esperava que ela negasse qualquer
necessidade de proteção.
Como ele pôde? Aquele burro egoísta! Como ele pôde nos
fazer isso? O grito da mente
pungente de Rosalie quebrou minha
concentração.
“Fácil, Rose,” eu ouvi Emmett
sussurrar do outro lado da cantina. Seus braços estavam a
redor dos ombros dela, segurando-a
firme a seu lado - restringindo-a.
Desculpe, Edward, Alice
pensou se culpando. Ela poderia dizer que Bella sabia
muito pela
conversa de vocês… e, bem, seria pior se eu não a tivesse
contado a verdade antes. Confie
em mim.
Eu estremeci pela figura mental
seguinte, do que teria acontecido se eu dissesse a Rosalie
que Bella sabia que eu era um vampiro
em casa, onde Rosalie não tinha uma fachada a
manter. Eu teria que esconder meu
Aston Martin em algum lugar fora do estado se ela não
se acalmasse até que o tempo escolar
acabasse. A visão do meu carro preferido,
estropiado e queimando, foi
perturbadora - embora eu soubesse que ganharia a
retribuição.
Jasper não estava muito mais feliz.
Eu negociaria com os outros mais
tarde. Eu tinha muito pouco tempo permitido pra ficar
com Bella, e eu não ia desperdiçá-lo.
E ouvir Alice me lembrando que eu tinha alguns
trabalhos a fazer.
“Eu tenho outra pergunta para você,”
eu disse evitando os ataques histéricos mentais de
Rosalie.
“Diga,” Bella disse sorrindo.
“Você realmente precisa ir a Seattle
esse sábado, ou é só uma desculpa para fugir de todos
os seus admiradores?”
Ela fez uma careta para mim. “Você
sabe que eu ainda não te perdoei pela coisa com o
Tyler. É sua culpa, ele se iludir
pensando que eu vou ao baile com ele.”
“Oh, ele encontraria uma chance de te
convidar sem minha ajuda - eu só queria ver sua
cara.”
Eu ri nesse momento, lembrando da sua
expressão consternada. Nada que eu tinha dito
para ela sobre a minha própria
história negra tinha feito ela parecer tão aterrorizada. A
verdade não a deixava aterrorizada.
Ela queria estar comigo. Espantoso.
“Se eu tivesse te convidado, você
teria recusado?”
“Provavelmente não,” ela disse. “Mas
eu teria cancelado mais tarde - fingindo estar doente
ou ter torcido o tornozelo.”
Que estranho. “Por que você faria
isso?”
Ela balançou a cabeça desapontada que
eu não tivesse entendido de primeira.
“Você nunca me viu na educação física,
eu suponho, eu acho que você entenderia.”
Ah. “Você está se referindo ao fato de
que você não consiga atravessar uma superfície
estável sem achar algo para tropeçar?”
“Obviamente.”
“Isso não seria um problema. Tudo
depende de quem está guiando.”
Por uma fração de segundos, eu estava
imerso na idéia de segura-la em meus braços em
uma dança - onde ela usaria algo
bonito e delicado, e não aquele horrível suéter.
Com perfeita clareza, eu me lembrei de
como o corpo dela se sentiu embaixo do meu logo
após tirá-la do caminho da van
desgovernada. Mais forte que o pânico ou o desespero ou a
mortificação, eu podia lembrar-me
daquela sensação. Ela era tão quente e tão macia, se
encaixando perfeitamente em minha
própria forma de pedra…
Eu me libertei da memória.
“Mas você ainda não me disse -” eu
disse rapidamente, impedindo ela de discutir comigo
sobre o seu desajeitamento, como ela
claramente pretendeu fazer.
“Você está decidida a ir pra Seattle,
ou se importaria de fazermos algo diferente?”
Divergente - dando a ela uma escolha,
sem dar a ela a possibilidade de fugir de mim por
um dia. Dificilmente justo da minha
parte. Mas eu fiz uma promessa a ela noite passada…
E eu gostei da idéia de poder
cumpri-la - quase tanto quanto a idéia me aterrorizava.
O sol deveria estar brilhando no
sábado. Eu poderia mostrar para ela o verdadeiro eu, se
eu fosse bravo o suficiente para
suportar o seu horror e a repugnância. Eu conhecia
apenas um lugar para correr tal risco…
“Eu estou aberta a alternativas,”
Bella disse.” Mas eu tenho um favor a pedir.”
Uma qualificação, sim. O que será que
ela queria de mim?
“O que?”
“Posso dirigir?”
Era essa a idéia dela de diversão?
“Por quê?”
“Bem, é por que quando eu disse a
Charlie que iria a Seattle, ele especificamente
perguntou se eu iria sozinha, e até o
momento eu ia. Se ele perguntar novamente, eu
provavelmente não vou mentir, mas não
acho que ele vá perguntar de novo, e deixar
minha picape em casa só levantaria o
assunto sem nenhuma necessidade. E, além disso,
porque você dirige de um jeito que me
dá medo.”
Virei meus olhos para ela. - “De todas
as coisas sobre mim que podem te dar medo, você
se preocupa com minha direção.” -
Realmente, o cérebro dela funcionava de trás para
frente. Sacudi a cabeça, desgostoso.
Edward, Alice chamou
urgentemente.
De repente eu estava olhando para um
círculo de luz do sol, distraído por uma das visões
de Alice.
Era um lugar que eu conhecia bem, um
lugar que eu tinha considerado levar Bella - uma
pequena clareira aonde ninguém ia além
de mim. Um lugar bonito e quieto eu podia ficar
sozinho - longe de qualquer trilha ou
habitação humana, que até minha mente podia ficar
calma e ter paz.
Alice reconheceu também, porque ela já
tinha me visto lá não fazia muito tempo, em outra
visão - uma dessas visões rápidas e
indistintas que Alice tinha me mostrado no dia em que
salvei Bella da van.
Nessa visão vacilante, eu não tinha
estado sozinho. E agora estava claro - Bella estava lá
comigo. Então eu era corajoso o
suficiente. Ela olhava para mim, arco-íris dançando em
seu rosto, seus olhos insondáveis.
É o mesmo lugar, Alice
pensou, sua mente cheia de um horror que não combinava com a
visão. Tensão, talvez, mas horror? O
que ela quis dizer, é o mesmo lugar?
E então eu vi.
Edward! Alice
protestou, estridente. Eu a amo, Edward!
Eu a ignorei sem dó.
Ela não amava a Bella do jeito que eu
amava. A visão dela era impossível. Errada. Ela
estava cega, de algum jeito, vendo
coisas impossíveis.
Nem meio segundo havia se passado.
Bella estava olhando curiosamente para meu rosto,
esperando que eu concordasse com seu
pedido.
Ela tinha visto o lampejo de terror,
ou tinha sido rápido demais para ela?
Me concentrei nela, em nossa conversa
inacabada, empurrando Alice e suas visões falhas
de meus pensamentos. Elas não mereciam
minha atenção.
Não consegui manter o tom alegre da
brincadeira.
- “Não quer contar a seu pai que vai
passar o dia comigo?” - eu perguntei, um tom sombrio
cobrindo minha voz.
- “Com Charlie é melhor não pecar pelo
excesso.” - disse Bella, certa deste fato. - “Aonde
vamos, aliás?”
Alice estava errada. Muito errada. Não
tinha chance disso acontecer. E era só uma visão
antiga, inválida. As coisas tinham
mudado.
- “O tempo estará bom” - eu disse a
ela lentamente, lutando contra o pânico e a indecisão.
Alice estava errada. Eu continuaria
como se não tivesse escutado ou visto nada. - “Então
vou ficar longe dos olhares públicos…
E você pode ficar comigo, se quiser.”
Bella entendeu o significado na hora;
seus olhos estavam brilhantes e ansiosos. - “E vai me
mostrar o que quis dizer, sobre o
sol?”
Talvez, como tantas vezes antes, a
reação dela seria oposta ao que eu esperava. Eu sorri
com essa possibilidade, lutando para voltar
ao momento mais leve. - “Vou. Mas…” - ela
ainda não tinha tido sim. - “se não
quiser ficar… só comigo, ainda prefiro que não vá a
Seattle sozinha. Eu tremo só de pensar
nos problemas que você pode arranjar numa
cidade daquele tamanho.”
Os lábios dela se juntaram; estava
ofendida.
- “Phoenix é três vezes maior do que
Seattle - só em termos de população. Em tamanho…”
- “Mas ao que parece sua hora não ia
chegar em Phoenix” - eu disse, cortando suas
justificações. - “Então é melhor ficar
perto de mim.”
Ela podia ficar para sempre e ainda
não seria o suficiente.
Não devia pensar desse jeito. Nós não
tínhamos para sempre. Os segundos que passavam
contavam mais do que já haviam contado
antes; cada segundo a mudava enquanto eu
continuava o mesmo.
- “Por acaso, eu não me importo de
ficar sozinha com você.” - ela disse.
Não - porque seus instintos eram de
trás para frente.
- “Eu sei.” - suspirei. - “Mas devia
contar ao Charlie.”
- “Por que diabos eu faria isso?” -
ela perguntou, parecendo horrorizada.
Olhei para ela, as visões que ainda
não conseguia reprimir girando, nauseantes pela minha
cabeça.
- “Para me dar um pequeno incentivo
para leva-la de volta.” - eu sibilei. Ela devia me dar
isso - “Uma testemunha para me obrigar
a ser cauteloso.”
Por que Alice tinha que forçar esse
conhecimento para mim justo agora?
Bella engoliu ruidosamente, e me
encarou com um longo momento. O que ela tinha visto?
- “Acho que vou correr o risco.” - ela
disse.
Argh! Ela ficava animada em arriscar a
vida? Alguma dose de adrenalina que ansiava?
Eu fiz uma careta para Alice, que
encontrou meu olhar com uma expressão de advertência.
Ao lado dela, Rosalie estava encarando
furiosamente, mas eu não podia ter me importando
menos. Deixa que ela destrua o carro.
Era só um brinquedo.
- “Vamos falar de outra coisa.” -
Bella sugeriu de repente.
Olhei de volta para ela, me
perguntando como ela podia ser tão alheia ao que importava
de verdade. Por que ela não me via
pelo mostro que eu era?
- “Do que você quer falar?”
Seus olhos se viraram para a esquerda
e então para a direita, como se estivesse checando
que ninguém estava escutando. Ela
devia estar planejando conversar sobre outro tópico
relacionado a mitos. Os olhos
congelaram por um segundo e seu corpo enrijeceu, e então
ela olhou para mim.
- “Por que foi àquele lugar nas Goat
Rocks no fim de semana passado… para caçar? Charlie
disse que não era um bom lugar para
caminhadas, por causa dos ursos.”
Tão alheia. Continuei olhando para
ela, com uma sobrancelha erguida.
- “Ursos?” - ela ofegou.
Eu sorri ironicamente, prestando
atenção enquanto ela absorvia o fato. Isso a faria me
levar a sério? Alguma coisa faria?
Ela recompôs a expressão. - “Sabe,
ursos não estão na temporada.” - ela disse
severamente, estreitando os olhos.
-” Se ler com cuidado, as leis só diz
respeito a caça com armas.”
Ela perdeu o controle de seu rosto por
um momento. Sua boca se abriu.
_______________________________________2
- “Ursos?” - ela disse outra vez, uma
pergunta experimental dessa vez, não um ofego de
choque.
- “Os pardos são os preferidos de
Emmett.”
Eu observei seus olhos, vendo-a se
organizar.
- “Hmmm “- ela murmurou. Pegou um
pedaço de pizza, olhando para baixo. Ela mastigou
pensativamente, então tomou um gole da
bebida.
- “E aí” - ela disse, finalmente
olhando para cima. - “Qual é o seu preferido?”
Eu achei que devia ter esperado algo
assim, mas não tinha. Bella era sempre interessante,
no mínimo.
- “O leão da montanha.” - eu respondi
bruscamente.
- “Ah.” - ela disse em uma voz neutra.
Seus batimentos cardíacos continuaram estáveis e
regulares, como se estivéssemos
discutindo um restaurante preferido.
Ótimo, então. Se ela queria agir como
se isso não fosse nada incomum…
- “É claro que precisamos ter o
cuidado de não causa impacto ambiental com uma caçada
imprudente.” - Eu disse a ela, minha
voz desatada e sem emoção. - “Tentamos nos
concentrar em áreas com uma
superpopulação de predadores… na maior extensão que
precisarmos. Sempre há muitos cervos e
veados por aqui, e eles vão servir, mas que
diversão há nisso?”
Ela escutou com uma expressão
educadamente interessada, como se eu estivesse
passando uma lição de casa. Tive que
sorrir.
- “Que diversão?” - ela murmurou
calmamente, mordendo outro pedaço de pizza.
- “O início da primavera é a temporada
de ursos preferida de Emmett…” - Eu disse,
continuando com a lição. - “Eles estão
saindo da hibernação, então são mais irritadiços.”
Setenta anos depois, e ele ainda não
tinha superado o fato de ter perdido aquela primeira
briga.
- “Não há nada mais divertido do que
um urso pardo irritado.” - Bella concordou, acenando
solenemente.
Não consegui reprimir uma risadinha
quando sacudi a cabeça com a calma ilógica dela.
Tinha que ser fingida. - “Me diga o
que realmente está pensando, por favor.”
- “Estou tentando imaginar… mas não
consigo” - ela disse, a pequena ruga aparecendo
entre seus olhos. - “Como vocês caçam
um urso sem armas?”
- “Ah, nós temos armas” - eu disse a
ela, então abri um largo sorriso. Esperava que ela se
encolhesse, mas ela ficou parada, me
olhando. - “Mas não do tipo que consideram quando
redigem as leis de caça. Se já viu um
ataque de urso pela televisão, deve poder visualizar
Emmett caçando.”
Ela espirou em direção a mesa onde os
outros sentavam, e tremeu.
Finalmente. Então eu ri comigo mesmo,
porque parte de mim queria que ela continuasse
alheia.
Seus olhos escuros estavam arregalados
e profundos quando voltou a me olhar. - “Você
também é como um urso?” - ela
perguntou, quase sussurrando.
- “Mais como o leão, ou é o que me
dizem.” - disse a ela, lutando para parecer desatado
novamente. Talvez nossas preferências
sejam indicativas.
Os lábios dela se levantaram um pouco
nos lados. - “Talvez.” - ela repetiu. E então a
cabeça dela pendeu para o lado, e
curiosidade estava inesperadamente clara em seus
olhos. - “É uma coisa que eu poderia
ver?”
Eu não precisava das imagens de Alice
para ilustrar esse horror - minha imaginação já era
boa o suficiente.
- “Claro que não!” - rosnei para ela.
Ela se desviou para longe de mim, seus
olhos surpresos e assustados.
Eu me afastei também, querendo deixar
algum espaço entre nós. Ela nunca iria ver, iria?
Ela não faria nenhuma coisa para me
ajudar a mantê-la viva.
- “É assustador demais para mim?” -
ela perguntou a voz composta. Seu coração, no
entanto, ainda estava se movimentando
em tempo dobrado.
- “Se fosse assim, eu levaria você
esta noite” - eu revidei pelos dentes. - “Você precisa de
uma dose saudável de medo. Nada pode
ser mais benéfico para você.”
- “Então por quê?” - ela pediu, sem
recuar.
A encarei sombriamente, esperando que
ela ficasse com medo. Eu estava com medo. Podia
imaginar muito claramente Bella
enquanto eu caçava…
Os olhos delas continuaram curiosos,
impacientes, nada mais. Ela esperou por sua
resposta, sem desistir.
Mas nossa hora tinha terminado.
- “Depois.” - eu repreendi, e me pus
de pé. - “Vamos nos atrasar.”
Ela olhou ao seu redor, desorientada,
como tivesse esquecido de que estava no almoço.
Como se tivesse esquecido que
estávamos na escola - surpresa que nãos estivéssemos
sozinhos em algum lugar particular. Eu
entendia exatamente esse sentimento. Era difícil
lembrar do resto do mundo quando eu
estava com ela.
Ela se levantou rapidamente, sacudindo
a cabeça uma vez, e então jogou a mochila no
ombro.
- “Depois, então.” - ela disse, e eu
pude ver a determinação se formar em sua boca; ela ia
me segurar nesse assunto.
12. Complicações
Bella e eu andamos silenciosamente até
a aula de biologia. Eu estava tentando me focar no
momento, na garota ao meu lado, no que
era real e sólido, em qualquer coisa que
mantivesse as visões enganosas e sem
sentido da Alice longe de minha cabeça.
Nós passamos por Angela Weber,
lentamente na calçada, discutindo um exercício com um
garoto de sua aula de trigonometria.
Eu vistoriei os pensamentos dela mecanicamente,
esperando mais desapontamentos,
somente para ser surpreendido por seu teor
melancólico.
Ah, então havia alguma coisa que Angela queria.
Infelizmente, não era algo que podia ser
facilmente embrulhado para presente.
Eu me senti estranhamente confortável
por um momento, ouvindo a falta de esperança
gritante de Angela. Um senso de
afinidade de que Angela nunca tomaria conhecimento
passou por mim, e eu estava, naquele
segundo, quite com aquela garota humana. Eu
estava estranhamente consolado em
saber que eu não era o único a viver uma trágica
história de amor. Corações quebrados
estavam por toda parte.
No segundo seguinte, eu estava
abruptamente e completamente irritado. Porque a história
de Angela não tinha que ser trágica.
Ela era humana e ele era humano e a diferença que
parecia tão intransponível em sua
cabeça era ridícula, realmente ridícula comparada à
minha própria situação. Não havia razão em seu coração quebrado.
Que tristeza mais sem sentido, quando
não havia nenhuma razão válida para ela não estar
com quem ela queria. Por que ela não
tinha o que ela queria? Por que essa história não
tinha um final feliz?
Eu queria dar a ela um presente… Bem,
eu devia dar a ela o que ela queria. Sabendo o
meu efeito sob a natureza humana, isso
provavelmente não devia ser muito difícil. Eu
analisei cuidadosamente a consciência
do garoto ao seu lado, o objeto de sua afeição, e
ele não pareceu relutante, ele somente
estava bloqueado pela mesma dificuldade que ela
estava. Falta de esperança e submisso,
assim como ela.
Tudo que eu tinha que fazer era
implantar a sugestão…
O plano se formou facilmente, o script
se escreveu sozinho sem esforço algum de minha
parte. Eu precisaria da ajuda de Emmet
- convencê-lo a ir adiante com isso era a única
dificuldade de verdade. A natureza
humana era muito mais fácil de se manipular do que a
natureza vampírica.
Eu estava satisfeito com a minha
solução, com o meu presente para Angela. Era uma boa
distração de meus próprios problemas.
Gostaria que os meus fossem tão fáceis de serem
resolvidos.
Meu humor estava lentamente melhorando
enquanto eu e Bella nos sentávamos em
nossos lugares. Talvez eu devesse ser
mais positivo. Talvez existisse alguma solução para
nós que estava me escapando, do mesmo
jeito que a solução óbvia para Angela não
estava visível para ela. Não é muito
provável… mas por que perder tempo com falta de
esperança? Eu não tinha tempo a perder
quando se tratava de Bella. Cada segundo
importava.
O Senhor Banner centralizou uma velha
TV e vídeo. Ele estava pulando uma sessão que ele
não estava particularmente interessado
- doenças genéticas - mostrando um vídeo nos
próximos três dias. O Óleo de Lorenzo não era uma
peça muito alegre, mas isso não parou
a excitação na sala. Sem anotações,
sem materiais de teste. Três dias livres. Os humanos
exultavam.
Isso não me importava muito, de
qualquer forma. Eu não tinha planejado em prestar
atenção em nada além de Bella.
Eu não puxei a minha cadeira para
longe dela hoje, para me dar espaço para respirar. Ao
invés disso, eu sentei perto, ao lado
dela, como qualquer humano normal faria. Mais perto
do que nós sentamos dentro do carro,
perto o suficiente para que o lado esquerdo do meu
corpo submergisse no calor que saía de
sua pele.
Era uma experiência estranha, tanto
agradável quanto extremamente irritante, mas eu
preferia isso a sentar de frente para
ela na mesa. Isso era mais do que eu estava
acostumado, e ainda eu rapidamente
percebi que não era o suficiente. Eu não estava
satisfeito. Estando tão perto assim
dela eu queria estar mais perto. A força era maior
quanto mais perto eu estava.
Eu tinha a acusado de ser um imã para
o perigo. Agora mesmo, eu sentia que isso era
literalmente verdade. Eu era o perigo, e, cada centímetro que eu me
permitia ficar mais
próximo dela, sua força de atração
aumentava.
E então o Senhor Banner desligou as
luzes.
Foi diferente, quanto de diferença
isto fez, considerando que a falta da luz significa pouco
aos meus olhos. Eu podia ver
perfeitamente quanto antes. Cada detalhe da sala era claro.
Então por que o súbito choque de
eletricidade no ar, na sala escura que não era escura
para mim? Era porque eu sabia que eu
era o único que podia ver claramente? Ambos, Bella
e eu éramos invisíveis para os outros?
Como se estivéssemos sozinhos, somente nós dois,
escondidos em uma sala escura,
sentados tão perto um do outro…
Minha mão se moveu na direção dela sem
a minha permissão. Somente para tocar a sua
mão, segurá-la na escuridão. Isso
teria sido um engano horrível? Se a minha pele a
incomodasse, ela só teria que puxar
sua mão para longe…
Eu puxei rapidamente minha mão de
volta, cruzando meus braços firmemente contra o
meu peito e cerrei minhas mãos. Sem
erros. Eu tinha prometido a mim mesmo que eu não
cometeria erros, não importassem quão
mínimos eles parecessem. Se eu segurasse a sua
mão, eu iria querer mais - outro toque
insignificante, outro movimento para mais perto
dela. Eu podia sentir isso. Um novo
tipo de desejo estava crescendo em mim, lutando para
superar meu auto-controle.
Sem erros.
Bella cruzou seus braços com segurança
sob seu próprio peito, e suas mãos estavam
travadas como bolas, assim como as
minhas.
O que você está pensando? Eu estava morrendo para murmurar as palavras para ela, mas
a sala estava quieta o suficiente para
se ouvir a mínima conversação.
O filme começou, iluminando a
escuridão um pouco. Bella olhou para mim. Ela notou a
maneira rígida que eu mantinha meu
corpo - assim como ela - e sorriu. Seus lábios se
repartiram lentamente, e seus olhos
pareciam cheios de calorosos convites.
Ou eu estava vendo o que eu queria
ver.
Eu sorri de volta; sua respiração saiu
em um baixo ofego e ela olhou rapidamente para
longe. Isso piorou as coisas. Eu não
conhecia seus pensamentos, mas eu estava
repentinamente positivo de que eu
estava certo antes, e ela queria me tocar. Ela sentia
esse desejo perigoso assim como eu.
Entre o seu corpo e o meu, a intensa
eletricidade.
Ela não se moveu pelo resto da hora,
mantendo-se rígida, postura controlada enquanto eu
me segurava.
Ocasionalmente, ela me espiava de
novo, e a eletricidade se agitava como se um raio
passasse por mim de forma repentina.
A hora passou - mesmo assim
suficientemente lenta. Isso era tão novo, eu poderia ficar
sentado aqui ao lado dela por todo o
dia, só para experimentar esse sentimento por
completo.
Eu tinha dúzias de diferentes
argumentos para discutir comigo mesmo enquanto os
minutos passaram. Racionalidade
lutando contra desejo enquanto eu tentava justificar tê-la
tocado.
Finalmente, Sr. Banner ligou as luzes
novamente.
Na brilhante luz fluorescente, a
atmosfera do quarto voltou ao normal.
Bella suspirou e se espreguiçou,
esticando os braços na sua frente. Isto deve ter sido
desconfortável para ela se manter
naquela posição por muito tempo. Era mais fácil para
mim - a imobilidade vinha
naturalmente.
Eu soltei um risinho pela expressão de
alivio em sua face. “Bem, aquilo foi interessante.”
“Hmm,” ela murmurou, claramente
entendendo sobre o que eu me referi, mas sem fazer
comentários. Eu daria tudo para ouvir
o que ela estava pensando naquele instante.
Eu suspirei. Nem toda a vontade do
mundo me ajudaria com aquilo.
“Devemos?” Eu perguntei, me
levantando.
Ela fez uma careta e se pôs de pé de
uma maneira instável, com suas mãos espalmadas
como se ela estivesse com medo de que
fosse cair.
Eu poderia oferecer minha mão. Ou
poderia colocar minha mão por baixo de seu cotovelo -
bem sutilmente - e apoiá-la.
Claramente não seria uma infração horrível…
Sem equívocos.
Ela estava muito quieta enquanto
caminhávamos através do ginásio. Entre seus olhos uma
ruga se fazia evidente, um sinal de
que ela não havia dormido muito. Eu, também, estivera
pensando profundamente.
Um toque em sua pele não iria
machucá-la, argumentava meu lado egoísta.
Eu poderia facilmente moderar a
pressão de minhas mãos. Isso não era algo dificil,
enquanto eu conseguisse me controlar.
Meu senso tátil era melhor desenvolvido do que o
de um humano. Eu poderia fazer
malabarismos com uma dúzia de cristais sem quebrar
nenhum. Eu poderia tocar uma bolha de
sabão sem estourá-la. Enquanto eu estivesse em
meu pleno controle…
Bella era como uma bolha de sabão -
frágil e efêmera. Temporária.
Por quanto tempo eu seria capaz de
justificar a minha presença em sua vida? Quanto
tempo eu ainda tinha? Eu teria outra
chance, como esta, como este momento, este
segundo?
Ela não estaria sempre ao alcance de
meus braços…
Bella virou-se para olhar-me à porta
do ginásio, seus olhos arregalaram-se diante da
expressão de meu rosto. Ela nada
falou. Eu olhei para mim mesmo através do reflexo de
_______________________________________3
seus olhos e vi o conflito dentro de
mim. Assisti a minha face se alterar enquanto meu
melhor lado perdia o argumento.
Minha mão se levantou, sem um comando
consciente para que isso acontecesse. Tão
gentilmente como se ela fosse feita do
mais fino vidro, como se ela fosse tão frágil como
uma bolha, meus dedos tocaram a pele
quente que cobria sua bochecha. Ela esquentou ao
meu toque e eu pude sentir seu sangue
pulsar por baixo de sua pele alva.
Já chega, eu ordenei,
apesar de minha mão estar lutando para acariciar sua face. Já
chega.
Foi dificil de trazer minha mão de
volta, de me fazer parar de me mover mais próximo a ela
do que eu já mais havia estado.
Milhares de diferentes possibilidades explodiram em minha
mente em um átmo - milhares de
maneiras de tocá-la. A ponta do meu dedo traçando o
contorno de seus lábios. Minha palma
acariando seu queixo. Puxando a presília de seus
cabelos e deixando ele se espalhar em
minha mão. Meus braços envolvendo-a pela cintura,
segurando-a contra a extensão de meu
corpo.
Já chega.
Eu forcei-me a virar, para mover-me
para longe dela. Meu corpo moveu-se pesadamente,
sem vontade.
Deixei minha mente hesitante para
olhá-la enquanto eu caminhava apressadamente para
longe, quase correndo da tentação. Eu
capturei os pensamentos de Mike Newton - eram os
mais audíveis - enquanto ele via Bella
passar por ele sem notá-lo, seus olhos sem foco e
suas bochechas coradas. Ele se
enfureceu e de repente meu nome se misturava a
maldições em sua mente. Eu não ajudei
muito, sorrindo sarcásticamente em resposta.
Minhas mãos estavam formigando. Eu as
flexionei e então cerrei os punhos, mas elas
continuaram a me aferroar de forma
indolor.
Não, eu não havia machucado ela - mas
ainda assim, tocá-la havia sido um erro.
Eu me sentia em chamas - como se a
sede ardente em minha garganta tivesse se
espalhado por todo o meu corpo.
Na próxima vez que eu estivesse
próximo a ela, seria eu capaz de me impedir de tocá-la
novamente? E se eu a toquei uma vez,
seria eu capaz de parar por aí?
Sem mais equívocos. Era isso. Contenta-te com a memória, Edward, eu disse para mim
mesmo, rindo, e guarda tuas mãos para ti mesmo. Era isso ou eu teria que forçar-me a
partir, de alguma forma. Pois eu não
poderia permitir a mim mesmo de estar perto dela se
eu insistisse em cometer estes erros.
Eu respirei profundamente e tentei
afirmar meus pensamentos.
Emmet me encontrou do lado de fora do
prédio de Inglês.
“Ei, Edward.” Ele parece melhor, estranho, mas melhor. Feliz.
“Ei, Em.” Pareço feliz? Creio que sim,
apesar do caos em minha mente, eu me sentia dessa
forma.
É melhor você manter a boca fechada, garoto. Rosalie quer
arrancar sua língua fora.
Eu suspirei. “Me desculpe por tê-lo
deixado encarregado disso. Está bravo comigo?”
“Naw. Rose vai superar isto. Era algo
que estava destinado a acontecer de qualquer jeito.”
Assim como o que Alice viu…
As visões de Alice são algo que eu não
quero pensar nesse instante. Eu olhei para o vazio,
meus dentes travados juntos.
Enquanto eu procurava por alguma
distração, eu capturei um pensamento de Ben Cheney,
entrando na sala de Espanhol na nossa
frente. Ah - aqui estava minha chance de dar a
Angela Weber o seu presente.
Eu parei de andar e peguei no braço de
Emmet. “Espere um segundo.”
Que foi?
“Eu sei que não mereço, mas você me
faria um favor?”
“O que é?” ele me perguntou, curioso.
Sussurradamente - e numa velocidade
que faria as palavras incompreensíveis para
qualquer humano, não importasse quão
audíveis elas fossem ditas - eu expliquei a ele o
que eu queria.
Ele me fitou, pasmo, quando eu
terminei. Seus pensamentos tão confusos quanto a sua
expressão.
“E então?” eu perguntei. “Vai me
ajudar a fazê-lo?”
Levou um minuto para que ele
respondesse. “Mas, por que?”
“Qual é, Emmet. Por que não?”
Quem diabos é você e o que fez com o meu irmão?
“Não é você que sempre reclama da
escola ser sempre igual? Isto é algo um tanto
diferente, não acha? Considere isto um
experimento - um experimento sobre a natureza
humana.”
Ele me fitou por mais um momento antes
de dizer. “Bem, isto é diferente, eu o farei…
Okay, ótimo.” Emmet bufou e encolheu
os ombros. “Eu vou te ajudar.”
Eu sorri para ele, me sentindo mais
entusiasmado sobre o meu plano, agora que ele estava
a bordo. Rosalie era um saco, mas eu
sempre devia a ela por ter escolhido Emmet,
ninguém tinha um irmão melhor que o
meu.
Emmet não precisaria praticar. Eu
sussurrei as instruções para ele, por sob a minha
respiração enquanto entravamos na sala
de aula.
Ben já estava em sua cadeira, atrás da
minha, ajeitando seu dever de casa para entregar.
Emmet e eu, ambos sentamos e fizemos o
mesmo. A classe ainda não estava em silêncio;
o burburinho de conversas paralelas
continuaria até que a senhora Goff chamasse a
atenção.
Ela não tinha pressa, estava
contemplando os questionários da aula passada.
“Então,” Emmet disse, sua voz mais
alta que o necessário - se ele estivesse realmente
falando apenas para mim. “Você já
convidou a Angela Weber para sair?”
O som de papéis farfalhado atrás de
mim cessou abruptmente enquanto Ben congelava,
sua atenção repentinamente cravada na
nossa conversa.
Angela? Eles estão falando de Angela?
Bom. Eu tinha a sua atenção.
“Não,” eu disse, balançando minha
cabeça lentamente para parecer arrependido.
“Por que não?” Emmet improvisou. “Está
com medo?”
Eu sorri para ele. “Não, eu ouvi dizer
que ela está interessada em outra pessoa.”
Edward Cullen vai chamar Angela para sair? Mas… Não. Eu não
gosto disto. Eu não o
quero perto dela. Ele não… não é bom para ela. Não é…
seguro.
Eu não havia previsto o cavalheirismo,
o instinto protetor. Eu queria a inveja. Mas qualquer
coisa funcionaria.
“Você vai deixar isso impedir você?”
Emmet perguntou, improvisando novamente. “Não
está a fim de competição?”
Eu me espantei com ele mas fiz uso do
que ele me deu. “Olha, eu acho que ela realmente
gosta desse tal de Ben. Eu não vou
tentar persuadi-la do contrário. Há outras garotas.”
A reação na cadeira atrás da minha foi
elétrica.
“Quem?” Emmet perguntou, de volta ao
script.
“Meu parceiro de laboratório disse que
é algum garoto chamado Cheney. Eu acho que não
sei quem é.”
Eu mordi meus lábios para não sorrir.
Apenas os poderosos Cullens poderiam convencer
alguém com esse fingimento de não conhecer
cada aluno dessa escola simplória.
A cabeça de Ben estava rodando em
parafuso. Eu? Acima de Edward Cullen? Mas porque
ela iria gostar de mim?
“Edward,” Emmet murmurou em um tom
baixo, indicando o garoto com os olhos. “Ele está
bem atrás de você,” ele mexeu os
lábios, de uma maneira tão óbvia que o humano
facilmente pode ler as palavras.
“Oh,” eu murmurei de volta.
Eu virei meu acento e olhei uma vez
para o garoto atrás de mim. Por um segundo, os
olhos negros, atrás dos óculos,
estavam amedrontados, mas então ele enrijeceu e alinhou
seus ombros estreitos, afrontado pela
minha clara e depreciativa avaliação. Seu queixo se
projetou e uma vermelhidão de raiva
escureceu sua pele bronzeada.
“Huh,” eu disse arrogantemente
enquanto me voltava para Emmet.
Ele pensa que é melhor que eu. Mas Angela não. Eu mostrarei
a ele.
Perfeito.
“Você não disse que ela levaria Yorkie
para o baile?” Emmet perguntou, roncando ao dizer
o nome do garoto demonstrando o quanto
desprezava sua esquisitice.
“Aparentemente esta foi uma decisão
tomada pelo grupo.” Eu queria ter certeza de que
Ben estava escutando claramente.
“Angela é tímida. Se B - se um garoto não tiver coragem
de chamá-la, ela nunca chamaria”.
“Você gosta de garotas tímidas,” Emmet
disse improvisando. Garotas quietas. Garotas
tipo… hmm, eu não sei. Talvez Bella Swan?
Eu sorri para ele. “Exatamente.”
Depois eu voltei para a encenação. “Talvez Angela se
canse de esperar. Talvez eu a chame
para o baile.”
Não, você não vai. Ben
pensou, sentando-se em sua cadeira. E daí que ela é muito maior
que eu? Se ela não se importar, eu também não me importo.
Ela é a garota mais legal,
mais esperta e mais bonita dessa escola. E ela me quer.
Eu gostei desse Ben. Ele parecia
brilhante e bem esclarecido. Talvez até merecesse uma
garota como Angela.
Eu mostrei meu polegar para Emmet por
debaixo da carteira enquanto a Sra. Goff parou e
saudou a classe.
Ok, eu admito - isso foi um tanto engraçado, Emmet pensou.
Eu sorri para mim mesmo, feliz por ter
sido capaz de fazer uma história de amor ter um
final feliz. Eu sabia que Ben ia cair
na armadilha e que Angela iria receber meu presente
anônimo. Minha dívida foi paga.
Que tolos eram os humanos, deixar um
diferencial de 15 centímetros confundir sua
felicidade.
Meu sucesso me deixou de bom humor. Eu
sorri novamente enquanto me arrumava em
minha cadeira para ser entretido.
Afinal de contas, como Bella disse no almoço, eu nunca a
havia visto em ação em uma aula de
educação física antes.
Os pensamentos de Mike eram os mais
fáceis de encontrar no monte de vozes que havia
pela quadra. Sua mente tinha se
tornado bem familiar nas últimas semanas. Com um
suspiro eu me renunciei para ouvir
através dele. Pelo menos eu poderia ter certeza que ele
estaria prestando atenção em Bella.
Eu estava quase pronto para ouvir ele
se oferecendo para ser o parceiro de Bella. Meu
sorriso se fechou, meus dentes se
apertaram e eu tive que lembrar a mim mesmo que
matar Mike Newton não era uma opção
permissível.
“Obrigada, Mike - você não precisa fazer isso, sabe?”
“Não se preocupe, eu ficarei fora de seu caminho.”
Eles sorriram um para o outro, e
flashes de numerosos acidentes - todos conectados a
Bella de alguma forma - se passando
pela cabeça de Mike.
Mike jogou sozinho primeiro, enquanto
Bella hesitava na metade de trás do pátio,
segurando sua raquete cautelosamente,
como se ela fosse alguma espécie de arma. Então
o treinador bateu palmas enquanto
caminhava e disse a Mike para deixar Bella jogar.
Uh oh, Mike pensou enquanto Bella caminhava
com um suspiro, segurando sua raquete em
um ângulo estranho.
Jennifer Ford jogou diretamente na
direção de Bella com uma satisfação rondando seus
pensamentos. Mike viu Bella dar uma
guinada, batendo a raquete muito longe de seu alvo,
e ele entrou para tentar salvar a
jogada.
Eu observei a trajetória da raquete de
Bella com atenção. Com certeza ela tinha acertado a
rede esticada e saltou de volta para
ela, dando uma pancada em sua testa antes de quicar
para acertar o braço de Mike com um
ressonante “thwack”.
Ow. Ow. Uhm. Isso vai deixar um hematoma.
Bella estava esfregando sua testa. Era
difícil para mim ficar parando no lugar onde eu
estava, sabendo que ela estava
machucada. Mas o que eu poderia fazer se estivesse lá? E
não parecia ser algo sério… eu
hesitei, assistindo. Se ela tentasse continuar a jogar, eu
teria que arrumar uma desculpa para
tirá-la da aula.
O treinador riu. “Desculpe, Newton.” Essa garota era a mais azarada que eu já tinha
visto.
Não devia infligir sua presença aos outros.
Ele virou suas costas deliberadamente
e se moveu para assistir a outro jogo para que Bella
pudesse voltar ao seu lugar de
espectadora.
Oh, Mike pensou de novo, massageando seu
braço. Ele se virou para Bella. “Você está
bem?”
“Sim, e você?” ela
perguntou timidamente, corando.
“Acho que posso superar.” Não queria parecer um bebê
chorão. Mas, cara, aquilo doía!
Mike balançou seu braço em um círculo,
retrocedendo.
_______________________________________4
“Eu ficarei aqui atrás,” Bella disse, além de dor, vergonha e desgosto em sua expressão.
Talvez Mike tivesse feito o pior. Eu
certamente esperava que esse fosse
o caso. Pelo
menos ela não estava mais jogando. Ela
segurou sua raquete com tanto cuidado atrás de
suas costas, seus olhos grandes com
remorso… eu tive que disfarçar a risada em uma
tossida.
O que é engraçado? Emmet
quis saber.
“Te digo depois,” eu murmurei.
Bella não se aventurou a jogar de
novo. O treinador a ignorou e deixou Mike jogar sozinho.
Eu fiz os exames rapidamente, ao final
de uma hora e Sra. Goff me deixou sair mais cedo.
Eu estava ouvindo Mike atentamente
enquanto cruzava o campus. Ele havia decidido
confrontar Bella a meu respeito.
Jessica jura que eles estão se vendo. Por que? Por que ele
tinha que escolhe-la?
Ele não havia reconhecido o fenômeno
real - que ela me escolheu.
“Então.”
“Então o que?” ela
perguntou.
“Você e Cullen, hein?” Você e o esquisitão. Eu me pergunto,
se um cara rico é tão
importante para você.
Eu cerrei os dentes sob sua degradante
suposição.
“Isso não é da sua conta, Mike.”
Defensiva. Então é verdade. Droga. “Eu não gosto disso.”
“Você não precisa gostar.” ela rebateu.
Por que ela não podia ver o show de circo que ele era? Como
eles todos são. O jeito que
ele fica perto dela. Me dá até calafrios de ver. “Ele olha
para você como… como se você
fosse algo comestível.”
Eu me encolhi, esperando pela resposta
dela.
Seu rosto se tornou vermelho
brilhante, e seus lábios se fecharam com força, como se ela
estivesse segurando a respiração.
Então, subitamente, um riso falso saiu de seus lábios.
Agora ela está rindo de mim. Ótimo.
Mike se virou, com pensamentos
sombrios e foi se trocar.
Eu me encostei na parede da quadra e
tentei me recompor.
Como ela poderia ter rido da acusação
de Mike - uma acusação tão certa que comecei a
pensar que Forks tinha se tornado muito percebido… Por que ela riria da
acusação de que
eu poderia matá-la, quando ela sabia
que isso era inteiramente verdade? Onde estava o
humor nisso?
O que havia de errado com ela?
Ela tinha um senso de humor mórbido?
Que não se encaixava com a idéia que eu tinha de
seu caráter, mas como eu poderia ter
certeza? Ou talvez meu sonho de que o tolo anjo
estava certo sobre uma coisa, que ela
não sentia medo. Corajosa - essa era uma palavra
para isso. Outros poderiam dizer
estúpida, mas eu sabia quão inteligente ela era. Não
importa por que razão, essa falta de
medo ou senso de humor retorcido não era bom para
ela. Era essa estranha falta de medo
que a colocava em perigo tão constantemente? Talvez
ela precisasse de mim aqui para
sempre…
De repente, meu humor estava aceso.
Se eu pudesse simplesmente me
disciplinar, me fazer seguro, então talvez fosse certo para
mim ficar com ela.
Quando ela saiu pelas portas da
quadra, seus ombros estavam duros e seu lábio inferior
estava entre seus dentes de novo - um
sinal de ansiedade. Mas assim que seus olhos
encontraram os meus, seus ombros
rígidos relaxaram e um largo sorriso apareceu em seu
rosto. Essa era uma estranha expressão
de paz. Ela caminhou em minha direção sem
hesitar, só parando quando ela estava
tão perto que a temperatura de seu corpo bateu em
mim como uma onda de maré.
“Oi,” ela sussurrou.
A felicidade que eu senti nesse
momento era, novamente, sem precedentes.
“Olá,” eu disse, e depois - porque com
meu humor subitamente tão leve eu não podia
resistir em importuná-la - eu
adicionei “Como foi a educação física?”
Seu sorriso hesitou. “Bem.”
Ela era uma péssima mentirosa.
“Sério?” eu perguntei, pressionando-a
- eu ainda estava preocupado com sua cabeça; ela
estava sentindo dor? - mas então os
pensamentos de Mike Newton estavam tão altos que
quebraram minha concentração.
Eu o odeio. Eu queria que ele
morresse. Eu desejo que ele bata aquele carro brilhante
diretamente contra um penhasco. Por
que ele não pode simplesmente deixá-la em paz?
Debandar para seu próprio tipo - para
os esquisitos.
“O que?” Bella exigiu.
Meus olhos se refocaram em seu rosto.
Ela olhou para as costas de Mike e depois de volta
para mim.
“Newton me deixa nos nervos,” eu
admiti.
Sua boca se abriu e seu sorriso
desapareceu. Ela devia ter se esquecido que eu tinha o
poder de assistir sua última hora
calamitosa, ou tinha esperança de que eu não o tivesse
utilizado. “Você estava ouvindo de
novo?”
“Como está sua cabeça?”
“Você é inacreditável!” ela disse
através dos dentes e então me deu as costas e cruzou
furiosamente o estacionamento. Sua
pele ruborizou e ficou vermelho-escura - ela estava
envergonhada.
Eu continuei andando com ela,
esperando que sua raiva passasse logo. Ela normalmente
era rápida para me perdoar.
“Foi você quem disse que eu nunca
tinha visto você na educação física,” eu expliquei. “Isso
me deixou curioso.”
Ela não respondeu; suas sobrancelhas
se juntaram.
Ela parou subitamente no
estacionamento quando ela percebeu que o caminho para o meu
carro estava bloqueado por uma
multidão de estudantes do sexo masculino.
Eu me pergunto quão rápido eles andam
nisso.
Olhe só a marcha SMG paddles. Eu nunca
os havia visto fora das páginas de revista.
Belos side grills.
Com certeza eu queria ter 60 mil
dólares para passear…
Esse era exatamente o motivo pelo qual
era melhor que usássemos apenas o carro de
Rosalie.
Eu caminhei da multidão de garotos
cheios de luxúria para o meu carro; depois de um
momento de hesitação, Bella me seguiu.
“Ostentação,” eu murmurei quando ela
entrou no carro.
“Que tipo de carro é esse?” ela se
perguntou.
“Um M3.”
“Eu não leio a Carro e Motorista.”
“É um BMW.” Eu rolei meus olhos e os
foquei na ré para não passar por cima de ninguém.
Eu tive de encarar alguns meninos que
não pareciam querer sair do meu caminho. Meio
segundo encarando meu olhar pareceu
ser suficiente para convencê-los.
“Você ainda está brava?” eu perguntei
a ela. Sua expressão estava relaxada.
“Definitivamente,” ela respondeu
brevemente.
Eu suspirei. Talvez eu não devesse ter
contado a ela. Oh, bem, eu poderia dar uma
recompensa, eu supunha. “Você me
perdoará se eu pedir desculpas?”
Ela pensou sobre isso por um momento.
“Talvez… se você realmente estiver arrependido,”
ela decidiu. “E se você prometer não
fazer isso de novo.”
Eu não ia mentir para ela, mas não
havia jeito de prometer isso a ela. Talvez se eu
oferecesse uma boa troca.
“Que tal se eu realmente estiver
arrependido e eu concordar em deixar você dirigir no
sábado?” Eu contraí os músculos com
esse pensamento.
A ruga entre seus olhos enquanto ela
considerava a nova barganha. “Feito,” ela disse
depois de um momento pensando.
Agora, para minhas desculpas… eu nunca
tinha tentado deslumbrar Bella de propósito
antes, mas agora parecia ser uma boa
hora. Eu olhei no fundo de seus olhos enquanto eu
dirigia para longe da escola, me
perguntando se eu estava fazendo o caminho correto. Eu
usei meu tom mais persuasivo.
“Então, eu sinto muitíssimo por ter
deixado você triste.”
Seu batimento cardíaco acelerou e
ficou mais alto que antes e o ritmo ficou abruptamente
destacado (Referente à musica. Modo de
executar destacando nitidamente cada nota.)
Seus olhos se abriram um pouco,
parecendo atordoados.
Eu dei um meio-sorriso. Pareceu que eu
tinha feito corretamente. É claro que eu estava
tendo um pouco de dificuldade olhando
através de seus olhos também. Eu estava
igualmente deslumbrado. Ter essa
estrada memorizada era uma boa coisa.
“E eu estarei à sua porta cedo no
sábado de manhã,” eu adicionei, finalizando o acordo.
Ela piscou rapidamente, balançando a
cabeça como se para clareá-la. “Uh,” ela disse “Não
ajudaria muito com a história para o
Charlie se eu não explicar um Volvo deixado na
garagem.”
Ah, como ela me conhecia pouco. “Eu
não pretendia levar um carro.”
“Como-” ela começou a perguntar.
Eu a interrompi. A resposta seria
difícil de explicar sem uma demonstração, e agora não
era o momento certo. “Não se preocupe
com isso. Eu estarei lá. Sem carro.”
Ela entortou um pouco a cabeça para o
lado, e me olhou por um segundo como se fosse
me pressionar para saber mais, mas
depois pareceu mudar de idéia.
“Já está muito tarde?” ela perguntou,
me lembrando da conversa interminada na cafeteria
mais cedo; ela esqueceria uma pergunta
difícil apenas para se lembrar de outra pior.
“Eu acho que está tarde,” eu concordei
sem vontade.
Eu estacionei em frente à sua casa,
tenso em pensar em como explicar… sem deixar muito
evidente minha monstruosa natureza,
sem assustá-la novamente.
Ela esperou com a mesma máscara
educadamente interessada que ela havia usado no
almoço. Se eu tivesse sido menos
ansioso, sua calma teria me feito rir.
“E você ainda quer saber por que não
pode me ver caçar?” eu perguntei.
“Bem, na verdade eu estava imaginando
sua reação,” ela disse.
“Eu assustei você?” eu perguntei,
certo de que ela negaria.
“Não.”
Eu tentei não rir. E falhei. “Peço
desculpas por ter assustado você.” E então meu sorriso se
desfez com o humor momentâneo. “Foi só
o pensamento de ter você lá… enquanto nós
caçamos.”
“Isso seria ruim?”
A figura mental era demais - tão
vulnerável na escuridão vazia; eu, fora de controle. Eu
tentei banir isso da minha cabeça.
“Extremamente.”
“Por que…?”
Eu respirei fundo, me concentrando por
um momento na sede que queimava. Sentindo-a,
monitorando-a, provando minha
dominação sobre ela. Ela nunca me controlaria novamente
- eu desejei que isso fosse verdade.
Eu seria seguro por ela. Eu olhei para as nuvens bem
vindas sem realmente vê-las, desejando
que minha determinação fizesse alguma diferença
se eu estivesse caçando quando
sentisse seu cheiro.
“Quando caçamos… nos entregamos aos
nossos instintos,” eu disse a ela, pensando em
cada palavra antes de dizê-las.
“Governamos menos a mente. Especialmente o olfato. Se
você estivesse em algum lugar por
perto enquanto eu estivesse fora de controle desse
jeito…”
eu balancei minha cabeça com agonia ao
pensar no que iria - não no que poderia, mas no
que iria - certamente acontecer.
Eu ouvi o espigão em seus batimentos e
depois me voltei, sem descanso, para ler seus
olhos.
Sua face estava composta, seus olhos
graves. Sua boca estava levemente cerrada, o que
eu pensava ser preocupação. Mas
preocupação com o quê? Sua própria segurança? Ou
minha angústia? Eu continuei a olhar
para ela, tentando traduzir sua expressão ambígua
em fato concreto.
Ela olhou de volta. Seus olhos ficaram
maiores por um instante e suas pupilas se dilataram,
embora a luz não tivesse mudado.
Minha respiração acelerou e, de
repente, o silêncio no carro parecia zunir, como na escura
sala de biologia naquela tarde. A
pulsação corrente passou entre nós novamente, e meu
desejo de tocá-la era, brevemente,
mais forte que a demanda da minha sede.
A pulsante eletricidade me fez sentir
como se eu tivesse pulsação de novo. Meu corpo
cantou com isso. Eu me senti quase…
humano. Mais que qualquer coisa no mundo, eu
queria sentir os lábios dela contra os
meus. Por um segundo, eu lutei desesperadamente
para encontrar a força, o controle,
para poder colocar minha boca tão perto de sua pele.
Ela sugou uma quantidade enorme de ar
e só então eu percebi que quando minha
respiração acelerou, ela parou de
respirar no mesmo momento.
Eu fechei meus olhos, tentando quebrar
a conexão entre nós.
Sem mais erros.
_______________________________________5
A existência de Bella estava atada a
milhões de delicados processos químicos, todos tão
facilmente rompidos. A rítmica
expansão de seus pulmões, a passagem de oxigênio, era
vida ou morte para ela. A cadência agitada
de seu frágil coração poderia ser parada por
tantos acidentes idiotas, ou doenças,
ou… por mim.
Nenhum membro de minha família
hesitaria se lhes fosse dada uma chance de voltar atrás
- se imortalidade pudesse ser trocada
pela mortalidade de novo. Qualquer um no nosso
mundo ficaria no fogo por isso.
Queimaria por quantos anos ou séculos fosse necessário.
A maioria de nossa espécie prezava a
imortalidade mais que qualquer coisa. Existiam até
certos humanos que buscavam isso, que
procuravam em lugares escuros alguém que
pudesse lhes dar o mais sombrio dos
presentes…
Não nós. Não minha família. Nós
poderíamos trocar qualquer coisa para sermos humanos.
Mas nenhum de nós já esteve
desesperado por um caminho de volta como eu estava
agora.
Eu olhei para as microscópicas fossas
e defeitos no pára-brisas, como se houvesse alguma
solução escondida no vidro. A
eletricidade não havia desaparecido, e eu tive que me
concentrar para manter minhas mãos no
volante.
Minha mão direita começou a latejar
sem dor de novo, de quando eu a havia tocado antes.
“Bella, eu acho que você devia entrar
agora.”
Ela obedeceu de primeira, sem
comentar, saindo do carro e batendo a porta atrás dela. Ela
havia sentido o potencial de desastre
tão claramente quanto eu?
Sair a machucou tanto quanto a mim por
deixá-la ir? O único consolo é que eu a veria em
breve. Antes do que ela pudesse me
ver. Eu sorri ao pensar nisso e então desci o vidro e
me debrucei para falar com ela mais
uma vez - era seguro agora com o calor de seu corpo
fora do carro.
Ela se virou para ver o que eu queria,
curiosa.
Ainda curiosa, embora ela tivesse me
feito tantas perguntas hoje. Minha própria
curiosidade estava inteiramente
insatisfeita; responder as perguntas dela hoje só haviam
me feito revelar meus segredos - eu
tinha tirado pouco dela a não ser por minhas
suposições. Isso não era justo.
“Oh, Bella.”
“Sim?”
“Amanhã é minha vez.”
Sua testa se enrugou. “Sua vez de
quê?”
“Fazer perguntas.” Amanhã, quando
estivéssemos em um lugar mais seguro, cercado de
testemunhas, eu conseguiria minhas
próprias respostas. Eu sorri com esse pensamento e
depois eu me virei, porque ela não fez
sinal de se afastar. Mesmo com ela fora do carro, o
eco da eletricidade moveu-se
rapidamente no ar. Eu queria sair também ir com ela até a
porta, para ter uma desculpa para
ficar ao seu lado.
Sem mais erros. Eu liguei o carro e
depois suspirei enquanto ela desaparecia atrás de mim.
Parecia que eu estava sempre correndo
em direção à Bella ou correndo dela, nunca ficando
no lugar. Eu tinha que achar um jeito
de me segurar se algum dia nós tivéssemos um
pouco de paz.
Aguardando a continuação de
Stephenie Meyer. Lembrando que isso é somente
um rascunho.
__________________

Nenhum comentário:
Postar um comentário